terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cabo Júlio

Justiça condena Cabo Júlio por envolvimento na Máfia dos Sanguessugas


O vereador de Belo Horizonte e ex-deputado federal Cabo Júlio (PMDB) foi condenado na última sexta-feira pela 7ª Vara da Justiça Federal a devolver R$ 143 mil aos cofres públicos e pagar uma multa de três vezes valor embolsado do erário público, devido envolvimento na Máfia dos Sanguessugas. A decisão veio após ação civil pública impetrada pelo Ministério Público Federal (MPF) em Belo Horizonte em outubro de 2006.De acordo com a denúncia feita pelo MPF, Cabo Júlio teria apresentado 20 emendas ao orçamento para 18 municípios de Minas, para obras feitas por licitação, com empresas previamente escolhidas.
Em seguida, após a liberação da verba, o parlamentar recebia uma porcentagem do que era repassado aos empresários.No entendimento do juiz, Cabo Júlio teve papel fundamental no esquema de desvio de verbas, sendo condenado por improbidade. No entanto, a Justiça não acatou pedido do MPF de crime contra a moral pública, entendendo que não houve dano ou sofrimento psíquico da sociedade pelos crimes feitos pela Máfia dos Sanguessugas. Além da multa, o parlamentar também teve seus direitos políticos suspensos por dez anos.
Em nota divulgada em seu site, o vereador Cabo Júlio afirma que vai recorrer da decisão, que é de primeira instância. O político ainda questionou o fato de ser o único condenado, o que qualifica como perseguição política. “No processo em discussão não existe qualquer tipo de prova contra mim, principalmente porque o parlamentar não movimenta qualquer recurso, não compra, não licita, não presta conta, não tem acesso a recursos públicos”, defende.Candidato a uma vaga na Assembléia Legislativa em 2010, o político acredtia que a decisão não vai atrapalhar seus planos.
"Espero que a população não tenha tanta aminésia, já foi um erro ele ser eleito para vereador, agora quer novamente uma vaga na Assembléia."
uai

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Metade dos vereadores de BH quer virar deputado

Menos de um ano depois de serem eleitos, e com apenas seis meses de exercício do mandato, praticamente metade dos vereadores de Belo Horizonte já se articula para dar um salto na carreira. Amparados na legislação, que lhes permite disputar sem ter que deixar o cargo conquistado com o apoio de cerca de 1,7 milhão de eleitores da capital, os parlamentares trabalham para triplicar os votos e aumentar o reduto eleitoral.
O sonho é chegar, no pleito de 2010, à Assembleia Legislativa ou ao Congresso Nacional. Entre contas de vagas, partidos e projetos, nos corredores da Câmara Municipal já se fala em 20 pré-candidatos, entre os 41 vereadores. Na fila pela promoção, veteranos e novatos têm o discurso na ponta da língua: querem ampliar a atuação, levando suas propostas para o âmbito estadual ou federal. Na avaliação dos postulantes, será preciso aumentar a votação entre 6 mil e 8 mil para uma média de 35 mil a 40 mil, dependendo da chapa do partido ou coligação.
Quanto àqueles que os elegeram em 2008, eles garantem que não haverá abandono. Foi o que disse o vereador Fred Costa (PHS), reeleito com pouco mais de 10 mil votos.
“De forma alguma vou deixar meus eleitores órfãos. Vou continuar diariamente em BH, presente como estou, e com uma diferença: tendo verba de emendas parlamentares e, com elas, condição de deixar obras estruturantes para a cidade”, afirma. Costa disse ter sentido clima entre seus apoiadores para tentar um projeto maior e vê na ida para a Assembleia a possibilidade de colaborar no âmbito estadual.
Mais experiente, o vereador de quinto mandato Ronaldo Gontijo (PPS) diz ter a sensação de missão cumprida na Casa e segue a linha do partido, que quer eleger um deputado estadual em sintonia com a capital. Tenta pela segunda vez levar projetos votados no município para o estado. “A vantagem de concorrermos no meio do mandato é que não se perde a cadeira, por outro lado, se não formos eleitos, também teremos um desgaste”, resume.
A companheira de partido Luzia Ferreira também avalia a possibilidade de tentar uma cadeira na Assembleia, mas ambos aguardam uma decisão do partido. Outro que pretende ampliar a atuação para o nível estadual é Silvinho Resende (PT). “Já colhi experiência e conhecimento e vejo que é hora de fazer crescer meu trabalho”, disse. Para levar representação à sua região, Centro-Oeste do estado, Anselmo José Domingues (PTC) também pensa em tentar uma vaga de deputado estadual, mas depende da montagem da chapa do partido. A motivação regional também é o argumento do novato João da Locadora.
Inspirado no deputado federal e apoiador Miguel Correia Júnior (PT), ele tenta trocar a cadeira ocupada pela primeira vez por uma na Assembleia Legislativa. A diferença é que Correia Júnior saltou direto para Brasília. O pouco tempo não impede João da Locadora de ter o mesmo sentimento de missão cumprida que colegas mais experientes.
“Nosso trabalho está à altura dos nossos eleitores, não vejo por que não sair antes se esse é um clamor da nossa região”, disse. Segundo o vereador, Venda Nova “clama” por um representante na Assembleia. Sem escalaJá os vereadores Luís Tibé (PTdoB) e Leonardo Mattos (PV) querem evitar a escala e alçar voos mais altos. Vereador de primeiro mandato, Tibé se apresenta seguindo a estratégia do partido de tentar emplacar pelo menos 5 deputados federais e diz que, se houver necessidade, tenta uma vaga mesmo sem a certeza de vitória. Leonardo Mattos pretende ser candidato a senador, pois a eleição para deputado não lhe dará chances de colocar suas propostas, mas diz que vai depender das condições de disputa.
“Me interessa uma candidatura majoritária, mas pode ser que venha um pedido da Executiva Nacional (para a disputa de deputado) para conseguir votos. Se me colocarem em condições de disputar com os demais candidatos, eu vou, se for para ser engolido, não”, afirmou. Para a presidente da Câmara, Luzia Ferreira, o fato de tantos parlamentares postularem vagas no Legislativo municipal não deve prejudicar o andamento dos trabalhos na Casa. “Temos convivido com essa realidade em todas as últimas eleições, com cerca de 20 candidatos, mesmo assim os vereadores têm acompanhado as sessões”, disse.
"Se na Câmara eles não fazem nada imagem na Assembléia. É o caos total."
uai