quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O DINHEIRO DO CONTRIBUINTE.

Viagens ao exterior pesam para contribuinte
Somente em 2007, 81 viagens foram feitas por servidores municipais, das quais 66 contaram com recursos públicos.

A polêmica levantada pelo flagrante da
viagem de passeio feita por um grupo de vereadores brasileiros para Buenos Aires, na Argentina, incluindo a presidente da Câmara Municipal de Matozinhos, Alessandra Alves Pinto (PPS), suscitou a discussão sobre as missões internacionais de servidores pagas com dinheiro público.

A Prefeitura de Belo Horizonte, por exemplo, utilizou recursos do erário público para pagar despesas com passagens aéreas, hospedagem, translado e alimentação para secretários, funcionários de segundo escalão e servidores comissionados de várias autarquias municipais, que viajaram 81 vezes ao exterior somente este ano.
Rodrigo Perpétuo, secretário municipal de Relações Internacionais confirmou ontem que a prefeitura paga despesas de servidores que viajam ao exterior. Segundo Perpétuo, das 81 viagens, 66 receberam recursos públicos, sendo que 27 foram custeadas integralmente pela prefeitura e em 39, o poder público municipal arcou com as passagens aéreas. Do restante das viagens, 11 foram pagas pela organização dos eventos e quatro, bancadas pelos próprios servidores.

Perpétuo disse que as frequentes viagens fazem parte de uma política de "internacionalização do município", implementada pelo prefeito Fernando Pimentel (PT). "É importante ressaltar que são três os objetivos da prefeitura: institucional, captação de recursos e divulgação do município", explicou.

Com relação às viagens de Pimentel, que se encontra em Paris (França), Perpétuo afirmou que foram seis no total. No entanto, ele não soube informar se é a prefeitura ou a organização dos eventos quem custeia as viagens do petista. "Isso depende muito de evento para evento", disse.

Levantamento feito por O TEMPO a partir de informações publicadas no "Diário Oficial do Município" (DOM) mostra que os países da América do Sul, com 32 viagens em 11 meses, foram os destinos mais procurados pelos servidores da capital mineira, seguidos pela Europa, América do Norte, África, América Central e Àsia.

Na lista de localidades, estão as cidades de Barcelona (Espanha), Milão (Itália), Paris (França), Londres (Inglaterra), Oslo (Noruega), Basel (Suíça), Alexandria (Egito), Buenos Aires (Argentina), Vancouver (Canadá), Boston (EUA), Colômbia, Honduras e México.

Algumas viagens podem ser consideradas insólitas, se for levado em conta a sua finalidade. De 28 de janeiro a 8 de fevereiro, por exemplo, dois servidores foram à Costa Rica (América Central), cumprir agenda na cidade de San José, onde passaram 12 dias seguidos participando do "Seminário para Criadores e Expositores de Borboletas".

Em média, a cada 30 dias, sete servidores municipais arrumam suas bagagens para viajar ao exterior. As justificativas para o destino dos recursos são para participar de fóruns, intercâmbios, conferências, feiras e congressos temáticos.
Além de arcar com as passagens e hospedagem, a prefeitura autoriza ainda a transferência dos bônus oferecidos pelas empresas aéreas, as chamadas milhagens, para o uso pessoal dos funcionários da prefeitura e da Câmara Municipal. Para acabar com mais esse privilégio, concedido aos servidores do Executivo e do Legislativo, um projeto de lei tramita na Câmara Municipal há mais de um ano, mas a proposta nunca saiu do papel.
"Oh eleitor burro. Veja o que você esta pagando. Nao seja burro novamente, vote com consciente, vote diferente. Vote em quem voce conhece e cobre dele uma postura mais adequada. Não vote em bandidos, ladrões, corruptos, salafrarios."
otempo

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