quarta-feira, 13 de junho de 2007

O que os vereadores de Bh andam fazendo???



Convite polêmico gera confusão na Câmara de BH

Vereadores Arnaldo Godoy, Carlão Pereira e Neila Batista assinaram o conviteA população e os vereadores nem começaram a discutir o Projeto de Lei 633/05, que prevê uma maior transparência na Câmara de Belo Horizonte e a iniciativa já causa polêmica.

O convite para a audiência pública, que será realizada nesta quarta-feira, no Plenário JK, para debater a proposta, foi o motivo de troca de farpas entre os vereadores. No documento, os autores da proposta, os vereadores petistas Arnaldo Godoy, Carlão Pereira e Neila Batista convidam os cidadãos para participar da audiência, na qual será lançada a campanha "Transparência na Câmara, por uma política às claras" e fazem três perguntas: o que os vereadores andam fazendo?

Como eles gastam "nosso" dinheiro? Em que têm votado? Os questionamentos deixaram o restante dos legisladores indignados. Segundo eles, os autores do projeto estão dividindo a Câmara em dois grupos, o deles, que seria o do bem, e o do mal, que seria integrado por todos aqueles que não subscrevem a proposta. O vereador Wagner Messias (DEM) criticou o convite. Segundo ele, os autores da proposta dão a entender que são bons vereadores, enquanto os outros não estariam sendo transparentes. Para o vereador Fred Costa (PHS), os três se colocaram como anjos e jogaram os demais em uma vala comum.

"É inadmissível uma atitude dessa. Defendo a transparência na casa, mas não concordo com a forma como isso foi colocado no convite da audiência pública." A 1ª secretária da Câmara, vereadora Maria Lúcia Scarpelli (sem partido), disse que este tipo de convite é absurdo e conclamou os colegas a esvaziar o plenário durante a sessão ordinária de terça-feira como forma de protesto.

"Esta foi uma manifestação maldosa", comentou. Já o vereador Wellington Magalhães (PMN) foi além e afirmou, durante a reunião, que "os vereadores do PT não tinham moral para falar em transparência na Câmara pois são de um partido onde pessoas carregam dinheiro na cueca e se envolvem em vários escândalos". Por outro lado, os vereadores Arnaldo Godoy e Neila Batista explicaram que não tiveram a intenção de desrespeitar ninguém. Frisaram que cada um tem uma forma de interpretação.

"Eles se apegaram a uma interpretação do que estava escrito no convite da audiência e não discutiram o conteúdo do projeto, que diz respeito aos 41 vereadores. A Câmara é um espaço público e nós, como detentores de mandato eletivo, devemos satisfação de nossos atos à população, pois o dinheiro que usamos é público. Tanto que nós, autores do projeto, já fazemos esta prestação de contas em nossa página da internet e nos jornais que são encaminhados para nossos eleitores", disse Godoy.

O presidente da Câmara, Totó Teixeira (PR), alega que os autores da proposta estão aproveitando o momento em que as ações do Legislativo estão em evidência para levantar este debate. "Eles aprovaram a audiência para discutir o orçamento, e não a transparência da Casa. Deveríamos ter sido consultados, pois aprovamos o requerimento para que outro assunto fosse debatido."

Retaliação
Como forma de retaliação, os vereadores derrotaram o Projeto de Lei 1.226/07, de autoria do vereador Carlão Pereira, que dispõe sobre o uso de passagens e prêmios de milhagens aéreas pagas com recursos do município. Atualmente, quando os servidores dos poderes Executivo e Legislativo viajam a serviço, as passagens aéreas são custeadas pelos cofres públicos, mas as milhagens são usufruídas pelos funcionários. Pela proposta, as milhagens passariam a ser das administrações destes poderes e só poderiam ser usadas em missões oficiais.

fonte:uai

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